Desde que o mundo é mundo as pessoas buscam por técnicas que estimulem os desejos do corpo e da mente. Não a toa, um dos livros mais lidos do mundo seja o Kama Sutra, escrito por volta do século III pelo indiano Mallanaga Vatsyayana, que entendia o sexo como uma ciência suprema, próxima da religião que conhecemos hoje.
Além do Kama Sutra, outras técnicas foram desenvolvidas ao longo dos anos. O sadomasoquismo é uma delas. Essa prática que junta sofrimento alheio e prazer foi muito difundida na Europa durante os séculos passados. Principalmente por Marquês de Sade, o grande entusiasta e que deu o nome para essa técnica.
Assim também é o shibari uma técnica oriental de amarração corporal que promete estimular pontos erógenos do corpo. Originária do Japão, a técnica se baseia nos movimentos do hojojutsu, a arte samurai de prender criminosos apenas com cordas, valendo-se de nós impossíveis de serem desfeitos sem conhecimento.
Apesar de ser conhecido como uma arte voltada para o erotismo, o shibari também possui outras vertentes que não são eróticas. Existem terapeutas que usam shibari para tratar traumas, relaxar o corpo e a alma, assim como o ioga e o reiki, que muitas vezes são usados em conjunto com o shibari em sessões de massagem.
Cordas para amarrar
O principal elemento do shibari são as cordas, que possuem de 6 a 8 metros de comprimento e servem para amarrar todas as partes do corpo da pessoa. Após amarrada, o ideal é que a pessoa fique imobilizada e não consiga fazer nenhum movimento. Normalmente, as cordas são feitas de fibra natural, porém, há cordas de algodão, bambu e muitos outros materiais. O importante é que a corda seja resistente o suficiente para prender a pessoa ao máximo.
Tesoura para emergência
Além disso, em toda sessão de shibari sempre há uma grande tesoura de emergência. Ela serve para cortar as cordas caso a pessoa acabe tendo algum problema de respiração ou que possa prejudicar a sua saúde. Como os nós levam um tempo até serem desfeitos, em caso de emergência é preciso cortar todas as cortinas e retirar a pessoa daquele estado de prisão.
Perda do controle
Muitos compreendem o shibari como um exercício de libertação, onde as pessoas amarradas precisam se entregar totalmente ao momento. Como não há formas de se livrar de nós, a não ser que uma pessoa livre os desfaça, quem está amarrado às cordas precisa aceitar o fato de estar preso. Indicado para pessoas que são muito controladoras e querem tratar esse problema, o shibari vem conquistando cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo, além do oriente, principalmente em grandes cidades onde prática de bondage também conta com muitos adeptos.
No entanto, há poucos especialistas na arte no Brasil. Lembre-se de que se trata de uma técnica que pode ser perigosa quando aplicada sem a supervisão de um profissional qualificado. Busque sempre por uma pessoa com certificação e experiência no ramo, caso seja do seu interesse ser amarrado ou amarrado com as técnicas milenares do sibari.